domingo, 9 de março de 2014

EDUCAÇÃO ESCOLAR INCLUSIVA PARA PESSOAS COM SURDEZ
                                                                                          Zuleide  Fraga parente
    
Estudos bibliográficos traz reflexão sobre a questão  da Educação escolar inclusiva para as pessoas com surdez, como um destaque nas políticas públicas que focaliza a importância da construção de um caminho pedagógico para o Atendimento Educacional Especializado – AEE com base em princípios decorrentes dos novos paradigmas, considerando  alternativas significativas para o aprendizado acadêmico dessas pessoas procurando valorizar as diferenças no convívio social e reconhecer o potencial de cada ser humano
     Buscando compreender a temática da educação inclusiva das pessoas com surdez, encontramos discussões e ações desenvolvidas, entre gestualistas e oralistas e optamos por apresentar algumas: 
“[...]. Neste ponto uma nova política de Educação Especial na perspectiva inclusiva,                     principalmente para as pessoas com surdez, tem se tornada promissora no ambiente escolar e nas práticas sociais/ institucionais. Por mais que as políticas estejam já definidas, muitas questões e desafios ainda estão para ser discutidos, muitas propostas, principalmente no espaço escolar. As tomadas de posição e bases epistemológicas precisam ficar mais claras, para que as práticas de ensino e aprendizagem nas escolas apresentem caminhos consistentes e produtivos para a educação de pessoas com surdez”.p. 47..
        Estudiosos relatam ter encontrado dificuldades para efetivar novos paradigmas em virtude de problemas relacionados a decisões político - filosóficas, pedagógicas, metodológicas, de gestão e planejamento da escola brasileira. Pesquisadores como Sá, afirma que:
“(...), a escola inclusiva não atende adequadamente ao direito das pessoas com surdez, pois não oferece a elas o ambiente social, linguístico, adequado ao seu desenvolvimento e defende a escola para as pessoas com surdez, principalmente nos anos iniciais”.
       E ainda relatam que, o esforço das escolas comuns para se tornarem espaços inclusivos de ensino e aprendizagem por meio de práticas pedagógicas, em busca da melhoria do processo educacional para todos os alunos, não basta:
 “[...], é necessário que se garanta igualmente o que lhe é complementar, ou  seja, o Atendimento Educacional Especializado. Isso nos faz pensar num sujeito com surdez não reduzido ao chamado mundo surdo, com a identidade e a cultura surda, mas numa pessoa com potencial a ser estimulado e desenvolvido nos aspectos cognitivos, culturais, sociais e linguísticos, pois a concepção de pessoa com surdez descentrada se caracteriza pela diferença, que, sob a força de divisão e antagonismos, leva a pessoa descentrada a ser deslocada e assumir diferentes posições e identidades, Hall (2006).
     Concordamos com Rocha (1997) quando diz, não há mais tempo para se pensar em ilhas, asilos nos quais em nome da diferença os surdos ficarão a parte. Portanto:      
  “[...], chega de escolaridade segregada é tão ruim para as pessoas com surdez, como para todos os demais alunos. Não devemos manter o curso da história em que durante séculos essas pessoas não puderam estudar em escolas comuns com seus colegas ouvintes. É preciso lutar pela defesa da inclusão das pessoas com surdez na escola comum contribuindo para que ela seja um espaço de responsabilidade social, coletiva, que procura garantir o espaço da cidadania para todos”.
      Diante do exposto, legitimamos a abordagem bilíngue e aplicamos a obrigatoriedade dos dispositivos legais do Decreto 5.626/2005, que determina:
“[...], o direito de uma educação que garanta a formação da pessoa com surdez, em que a língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, preferencialmente na sua modalidade escrita, constituam língua de instrução, e que o acesso às duas línguas ocorra de forma simultânea no ambiente escolar, colaborando para o desenvolvimento de todo o processo educativo”.
             E por essa razão, o Atendimento Educacional Especializado - AEE, para a pessoa com surdez, segundo Damázio (2005:69-123), envolve três momentos pedagógicos:
·         .Atendimento Educacional Especializado em Libras;
·         .Atendimento Educacional Especializado para o Ensino da Língua Portuguesa;
·         .Atendimento Educacional para o Ensino de Libras. Neste conjunto:
“[...], o aluno é trabalhado a partir da compreensão do ciclo de desenvolvimento e aprendizagem respeitando os campos pedagógicos e linguísticos das duas línguas no Atendimento Educacional Especializado para a pessoa com surdez”. p. 50
      Neste contexto de compreensão é que buscamos a construção e a reconstrução do Atendimento Educacional Especializado para as pessoas com surdez, instituído por meio da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva.

    Referências: CIBEC/MEC- Inclusão: Revista da Educação Especial/ Secretaria de Educação Especial.-Brasília: Secretaria de Educação Especial,2010.

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