EDUCAÇÃO ESCOLAR INCLUSIVA PARA PESSOAS
COM SURDEZ
Zuleide Fraga parente
Estudos bibliográficos traz reflexão sobre
a questão da Educação escolar inclusiva
para as pessoas com surdez, como um destaque nas políticas públicas que
focaliza a importância da construção de um caminho pedagógico para o
Atendimento Educacional Especializado – AEE com base em princípios decorrentes
dos novos paradigmas, considerando alternativas
significativas para o aprendizado acadêmico dessas pessoas procurando valorizar
as diferenças no convívio social e reconhecer o potencial de cada ser humano
Buscando compreender a temática da educação inclusiva das pessoas com surdez, encontramos
discussões e ações desenvolvidas, entre gestualistas e oralistas e optamos por
apresentar algumas:
“[...]. Neste ponto
uma nova política de Educação Especial na perspectiva inclusiva, principalmente para as pessoas
com surdez, tem se tornada promissora no ambiente escolar e nas práticas
sociais/ institucionais. Por mais que as políticas estejam já definidas, muitas
questões e desafios ainda estão para ser discutidos, muitas propostas, principalmente
no espaço escolar. As tomadas de posição e bases epistemológicas precisam ficar
mais claras, para que as práticas de ensino e aprendizagem nas escolas
apresentem caminhos consistentes e produtivos para a educação de pessoas com
surdez”.p. 47..
Estudiosos relatam ter encontrado dificuldades
para efetivar novos paradigmas em virtude de problemas relacionados a decisões
político - filosóficas, pedagógicas, metodológicas, de gestão e planejamento da
escola brasileira. Pesquisadores como Sá, afirma que:
“(...), a escola
inclusiva não atende adequadamente ao direito das pessoas com surdez, pois não
oferece a elas o ambiente social, linguístico, adequado ao seu desenvolvimento
e defende a escola para as pessoas com surdez, principalmente nos anos iniciais”.
E
ainda relatam que, o esforço das escolas comuns para se tornarem espaços
inclusivos de ensino e aprendizagem por meio de práticas pedagógicas, em busca
da melhoria do processo educacional para todos os alunos, não basta:
“[...], é necessário que se
garanta igualmente o que lhe é complementar, ou seja, o Atendimento
Educacional Especializado. Isso nos faz pensar num sujeito com surdez não reduzido
ao chamado mundo surdo, com a identidade e a cultura surda, mas numa pessoa com
potencial a ser estimulado e desenvolvido nos aspectos cognitivos, culturais,
sociais e linguísticos, pois a concepção de pessoa com surdez descentrada se caracteriza pela diferença, que,
sob a força de divisão e antagonismos, leva a pessoa descentrada a ser
deslocada e assumir diferentes posições e identidades, Hall (2006).
Concordamos com Rocha (1997) quando diz, não
há mais tempo para se pensar em ilhas, asilos nos quais em nome da diferença os
surdos ficarão a parte. Portanto:
“[...], chega
de escolaridade segregada é tão ruim para as pessoas com surdez, como
para todos os demais alunos. Não devemos manter o curso da história em que
durante séculos essas pessoas não puderam estudar em escolas comuns com seus
colegas ouvintes. É preciso lutar pela defesa da inclusão das pessoas com
surdez na escola comum contribuindo para que ela seja um espaço de
responsabilidade social, coletiva, que procura garantir o espaço da cidadania
para todos”.
Diante do exposto, legitimamos a abordagem
bilíngue e aplicamos a obrigatoriedade dos dispositivos legais do Decreto
5.626/2005, que determina:
“[...], o direito de uma
educação que garanta a formação da pessoa com surdez, em que a língua
Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, preferencialmente na sua modalidade
escrita, constituam língua de instrução, e que o acesso às duas línguas ocorra
de forma simultânea no ambiente escolar, colaborando para o desenvolvimento de
todo o processo educativo”.
E por essa razão, o Atendimento Educacional Especializado - AEE, para a pessoa com
surdez, segundo Damázio (2005:69-123), envolve três momentos pedagógicos:
·
.Atendimento
Educacional Especializado em Libras;
·
.Atendimento
Educacional Especializado para o Ensino da Língua Portuguesa;
·
.Atendimento
Educacional para o Ensino de Libras. Neste conjunto:
“[...], o aluno é trabalhado
a partir da compreensão do ciclo de desenvolvimento e aprendizagem respeitando
os campos pedagógicos e linguísticos das duas línguas no Atendimento Educacional
Especializado para a pessoa com
surdez”. p. 50
Neste contexto de compreensão é que buscamos a
construção e a reconstrução do Atendimento
Educacional Especializado para as pessoas com surdez, instituído por meio
da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva.
Referências: CIBEC/MEC- Inclusão: Revista da Educação Especial/
Secretaria de Educação Especial.-Brasília: Secretaria de Educação
Especial,2010.
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